Sábado passado bati um longo papo com o SEU MOISEIS, um velho conhecido do meu pai, morador do bairro da matinha em Tucuruí, ele apreciando a sua pinguinha de todos os dias e eu acompanhei com uma cerveja, a conversa durou pouco mais de uma hora, tempo suficiente para que ele fizesse uma viagem de mais de 70 anos.
Nascido em 1922 na Vila Docarmo próximo a cidade de Cametá, muito cedo teve que ir a Belém para estudar, porém devido as dificuldades financeiras parou os estudos e se empregou na Estrada de Ferro de Bragança como contínuo.
Em 1940, com 18 anos de idade ingressou no Exército Brasileiro, entrou para a Escola Regimental, fez curso para Artilheiro concluído em 1943 na cidade do Rio de Janeiro, para sua surpresa, no mesmo ano teve que embarcar no Navio General Meiga rumo a Itália para lutar na 2ª Guerra Mundial, ficando por lá até o final da grande guerra.
Em 1946 foi transferido da Estrada de Ferro de Bragança para Estrada de Ferro do Tocantins na Vila de Alcobaça, distrito do Municipio de Baião, hoje Cidade de Tucuruí, começava então uma nova fase em sua vida, e ele me contou muitos casos da velha alcobaça, inclusive várias caçadas que fizera com o meu Pai.
Lá pela quarta pinga indaguei do Velho Moiséis o que mais tinha marcado a sua trajetória. Ele ficou um pouco pensativo e em seguida me falou de uma pessoa muito especial que marcou profundamente a sua vida, que era sua falecida esposa Paulina.
Contou que casou com PAULINA em 1947 - ela tinha 13 anos de idade e ele 25 -, viveram juntos até 1979, concluiu que mesmo passados 31 anos de sua morte, todos os dias ainda pensa na sua amada, a mulher ausente causa um imenso vazio na sua vida, nesse momento a lágima insiste em rolar mas o velho Moiseis com a força de um Artilheiro, mesmo depois da quinta pinga, consegue segurar, e vem a minha mente um poema de Vínicius de Moraes, ¨CONJUGAÇÃO DA AUSENTE¨ Click aqui
Tio, parabéns pelo blog, confesso que fiquei tocada ao ler. O poema se encaixou perfeitamente. Adorei o blog!
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